‘Até por justiça, mereço voltar à Câmara’, diz José Dirceu sobre 2026

Ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Foto — ©Lula Marques.

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, considera uma possível candidatura a deputado federal em 2026, alegando ser uma questão de justiça devido à reversão de sua condenação no mensalão pelo STF em 2016. Apesar de inelegível pela Lei da Ficha Limpa, sua defesa busca anular as condenações na Lava Jato.

Enquanto isso, Dirceu volta à vida política, participando de eventos e prometendo ajudar na renovação do PT e no governo de Lula. Ele critica o “fundamentalismo religioso” na política, alinhado à direita internacional, e defende um combate a essa prática para evitar consequências negativas, como uma guerra civil.

Dirceu também destaca que Lula busca governar de forma mais moderada, embora essa posição possa gerar controvérsia dentro do PT.

Relembre as condenações

No dia 1º de dezembro de 2005, José Dirceu teve o mandato cassado após ser apontado como o responsável por liderar o esquema de pagamento de propinas a parlamentares, o mensalão. O dinheiro ilegal era pago para que os congressistas apoiassem projetos do primeiro mandato do presidente Lula.

Em 2012, o STF condenou Dirceu a dez anos e dez meses de reclusão por formação de quadrilha e corrupção ativa pelo mensalão. A manifestação do Ministério Público Federal (MPF) que originou a sentença considerou que o ex-deputado era o “chefe da quadrilha” responsável pelo esquema de compra de apoio político.

O nome de Dirceu também esteve envolvido nas investigações sobre desvios de recursos públicos de estatais. Em agosto de 2015, ele foi preso preventivamente pela Operação Lava Jato. No ano seguinte, o ex-juiz Sergio Moro condenou o ex-ministro a 23 anos e três meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O ex-deputado foi solto em novembro de 2019, após decisão da 1ª Vara de Execuções Penais de Curitiba. Outra decisão favorável a Dirceu ocorreu em fevereiro do ano passado, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena de Dirceu no petrolão para quatro anos e sete meses em regime aberto.

Em 2016, Dirceu foi beneficiado por decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que anulou a condenação do petista pelo escândalo do mensalão. Ele tenta agora anular as condenações na Lava Jato para ter o caminho livre a uma eventual candidatura nas eleições de 2026.

 

Fonte — ESTADÃO CONTEÚDO.